segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Gêneros híbridos






Fotos de Suellen Parker

Quando Suellen Park entrou no programa de pós-graduação na Escola de Nova York of Visual Arts (SVA) em 2001, discutia-se se a existência ou não de fotografias manipuladas digitalmente poderiam ser consideradas em conjunto com a fotografia tradicional. Agora, as imagens digitais estão em todo lugar e o debate secou. Graças ao trabalho de artistas como Loretta Lux e Anthony Goicolea, imagens geradas por computador agora fazem parte da vanguarda da fotografia. Os métodos de Parker vem alinhá-la com a avant-garde, como é pode-se comprovar pela sua inclusão na edição 50 Fotógrafos de Amanhã, um livro e uma exposição destacando jovens fotógrafos em cujos métodos o uso de recursos digitais é grande.
Para criar as suas assustadoras, psicologicamente, imagens digitais, Parker primeiro constrói esculturas de barro e plastelina de bonecos minúsculos carregados com o que Freud chamaria de "estranho" - a sensação assustadora de olhar humano, sem ser humano. Após, Parker obter a forma desejada, então ela fotografa. E se o processo terminasse aí, poderíamos entender por que Parker é chamada de fotógrafa. Mas é aí que a noção convencional da fotografia se complica. Como um diretor de cinema de efeitos especiais Parker insere efígies de suas argila em seu computador, onde - graças às maravilhas do Photoshop - pinta em suas roupas e dá-lhes características arrancadas de revistas. Ela insere também cenários e adereços elaborados a partir de quaisquer lugares, reais e imaginários. O gênero se torna difuso. É arte digital? Escultura? Fotografia? O efeito está provavelmente mais perto de uma das influências admitidas Parker, o trabalho de Jan Svankmajer (animador), do que qualquer coisa como a quintessência da fotografia vista em Robert Mapplethorpe ou Walker Evans.

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