quarta-feira, 17 de novembro de 2010

A metáfora e o fantástico




Baile Fantasma








Surpresa na Estrada, 1970
A noiva
Sem título, 1970
Outros tempos, 1970
Sr. Frank, 1973
Boris Kossoy é historiador da fotografia, fotógrafo, pesquisador, professor, crítico e museólogo. Kossoy é considerado um nome fundamental para a fotografia brasileira do século XX. O artista é formado em arquitetura, mestre e doutor em Ciências pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo, professor do curso de pós-graduação em Ciências na Eca/USP e coordenador de iconografia do Proin — Laboratório de Estudos da Memória Política Brasileira do departamento de História da USP. Seus livros são referência para quem quer estudar a história da fotografia. Sua série Viagem pelo Fantástico, de 1970,  que inclui algumas das fotos publicadas aqui, é livremente inspirada na literatura de Edgar Allan Poe e no cinema de Stanley Kubrick.
Trechos de um texto sobre do livro Boris Kossoy, Fotógrafo:



As histórias em quadrinhos despertaram sua paixão pelas imagens. O cinema americano, sua imaginação. Com a arquitetura veio o amor pelas formas. Mas foi na fotografia que Boris Kossoy se encontrou e viu a possibilidade de juntar estas três vertentes artísticas e ir além, colocando seu nome em destaque entre os fotógrafos brasileiros. Ao longo de seus mais de 40 anos de profissão, Kossoy foi montando o que ele mesmo define como seu caleidoscópio pessoal, idéia que origina e permeia o livro, e contribuindo assim, consideravelmente, para o caleidoscópio brasileiro compreendido entre 1955 e 2008. Das inúmeras fotos que tirou nesse período, mais de uma centena foi escolhida para fazer parte da coletânea “Boris Kossoy – fotógrafo”, assim como suas “conversas” com Augusto Massi, Julia Bussius e Paulo César Boni. Coeditado pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo e Cosac Naify.
Nas palavras de Kossoy, o trabalho é “uma seleção de imagens que traz à tona um percurso praticamente desconhecido por uma parcela considerável de meus leitores. Um mundo visual que se liga inexoravelmente à minha obra teórica, e que a alimenta, creio que esta não existiria sem aquela”. Suas imagens dialogam plástica e culturalmente com o seu tempo e refletem a trajetória artística e cultural do fotógrafo.
O livro reúne de forma aleatória e atemporal, como num caleidoscópio, imagens, em parte inéditas, que vão desde retratos da realidade social do Brasil da década de 60, com seus Cartões Antipostais, seguindo pelos contos fotográficos da série Viagem pelo Fantástico, que exploravam os dramas e espaços urbanos, passando pela Nova York dos anos 70 e dos cenários eternizados pelo pintor americano Edward Hopper, até sua fase mais introspectiva, a partir da década de 80.
Jorge Coli, na apresentação do livro, afirma que a união dos contrários e não os contrastes é o que nos emociona nas fotos de Kossoy. Um maestro que rege um cemitério, o sorriso num outdoor que serve de pano de fundo para um homem acabrunhado e uma velha que passa diante de latas de lixo a beira do desequilíbrio numa rua de Nova York são algumas das imagens que devem impressionar os leitores do livro. Realmente como num caleidoscópio, as imagens de suas fotografias são efêmeras, uma conjunção de luz e fatos que acontecem numa fração de segundos, mas que, através da lente de Kossoy, ficaram registradas na história da fotografia brasileira e são, agora, postas em revista no seu mais recente livro.


Um comentário:

maria ines machado disse...

Mais uma importante aula sobre a fotografia e seus mestres, aprendi muito, obrigada queridona.