sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Lenin mandou, com a ajuda de Deus

Foto de Anthony Suau
“Não faça do resto de sua vida uma farsa”,
me lembrou, com um tapa, Lenin.
“Ainda é tempo para a revolução”.
Creio em ti, Deus Pai, Todo Poderoso
e em ti, Lenin...
Não morrerei desejando
ser quem poderia ter sido
não concederei,
não desistirei,
não enganarei,
vou, vou ser gauche na vida...
Eu o ouvi, Lenin...
É possível, ainda é possível,
sim, sei que a revolução é possível.
O baile de máscaras terminou
quando as luzes acenderam
e denunciaram
nossos corpos suados e fedidos,
nossos membros deformados,
nossas faces retorcidas,
de mentiras e
de Infelicidade maiúscula
como no final
do ensaio sobre a cegueira.
A claridade gorou o ovo da serpente
e me deu a chance
de expelir o veneno
de purificar a alma
de alcançar as estrelas
de ser quem poderei ser
ainda em vida:
heroína espacial,
motorista de táxi,
não importa...
Poderei ser até nada,
mas Serei.
Com a ajuda do Criador do Céu e da Terra
não padecerei sob Pôncio Pilatos
não serei crucificada, morta ou sepultada
vou ressuscitar e subir aos Céus
aqui e agora.
"Seja! (me disse Lenin), derrube o muro
Ainda é tempo de ser!"
Com a ajuda de Deus Pai,
Amém!

Um comentário:

maria ines machado disse...

Querida poeta, adorei, vou contigo e não abro!