sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Affonso Beato e a fotografia para o cinema

O dragao da maldade contra o santo guerreiro, com Glauber
O dragao da maldade contra o santo guerreiro
Maysa, com Jayme Monjardim
O amor nos tempos do cólera, com Mike Newell


O brasileiro Affonso Beato (1941) começou sua carreira interessando por pintura, desenvolveu uma paixão pelo cinema e é atualmente um dos profissionais mais requisitados de sua geração. Entre 1964 e 1972, participou de um projeto conhecido como Caravana Farkas, organizado por Thomas Farkas, que documentou a cultura popular no interior do Brasil por meio do cinema e fotografia e reuniu cineastas como Eduardo Escorel (1945), Maurice Capovilla (1936), Paulo Gil Soares (1935), Geraldo Sarno (1938). A obra de Beato envolve filmes com diretores importantes do cinema brasileiro como Nelson Pereira dos Santos, Glauber Rocha e Walter Salles e sua incursão na área internacional inclui trabalhos com Jim Mc Bride e Pedro Almodóvar, com quem fez A Flor do Meu Segredo, Carne Trêmula e Tudo por Minha Mãe. É responsável pela fotografia do The Queen, de Stephen Frears. Recentemente clicou as imagens da minissérie "Maysa", produzida pela Globo e dirigida por Jayme Monjardim.
Para compor a fotografia de The Queen, como é comum nos seus trabalhos, Beato adotou um processo criativo específico. Para expressar e resgatar o clima daquele períodoutilizou três formas de fotografar: as cenas da família real foram feitas de uma maneira mais formal, em 35mm com a câmera no tripé. Já as seqüências com Tony Blair – que se passavam em Londres – foram feitas em Super 16 com a câmera na mão e muito mais ação. E nas cenas que envolviam diversos momentos com a mídia, foram utilizados muitos arquivos de tevê, antes e depois do acidente.
Diz ele que estudou muito História da Arte, Pintura, Crítica da Arte no início da carreira e que  antes do Cinema nunca na história da Arte houve um tipo de criação que é a feita em conjunto. “O artista ou autor da obra, não é totalmente solitário, nem tem total livre arbítrio, enfim, ele não é apenas guiado somente pelos seus impulsos, cultura, sensibilidade. Ele está ali fazendo uma obra de massa e ele trabalha a partir do roteiro e fatores o projeto pede”, diz. “Meu processo é interpretar, evidentemente com o Diretor, o que a obra pede e me adaptar à ela usando o que eu sei, ou então coisas que eu vou buscar, pesquisas que eu faça com pinturas ou fotografias, para encontrar o que eu precise para realizar o trabalho da melhor forma possível”.

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