terça-feira, 31 de agosto de 2010

O fotógrafo oficial do Rio de Janeiro de 1900: Augusto Malta






Em 1903, no início da gestão de Francisco Pereira Passos, Augusto César Malta de Campos fotografou algumas das primeiras obras do novo prefeito. Entusiasmado com o resultado obtido pelas fotografias, Pereira Passos ofereceu a Malta o cargo de fotógrafo documentarista da Prefeitura. Ao longo dos quase 50 anos em que atuou como fotógrafo (na prefeitura entre 1903 e 1936), Augusto Malta produziu mais de 30 mil registros, entre negativos de vidro e chapas fotográficas, a maior parte perdida ou estragada pela ação do tempo ou pela pouca valorização dada a eles pelas sucessivas administrações municipais.
A pequena parcela que sobreviveu ao tempo encontra-se espalhada em diversas instituições de memória da cidade do Rio de Janeiro, como o Arquivo Geral da Cidade, o Museu da Imagem e do Som, Museu da República, e Casa de Rui Barbosa. São registros documentais que possibilitam a (re)construção da evolução do espaço urbano do Rio de Janeiro, assim como contribuem significativamente para a (re)construção de sua história œ política, social, cultural, arquitetônica e artística daquela que durante toda sua existência profissional foi a capital do país.
Malta foi o responsável direto pelo surgimento no Brasil da reportagem ilustrada, tendo cedido a jornais e revistas da época - como Kosmos, Illustração Brasileira, Revista da Semana e Fon-Fon - fotografias de acontecimentos importantes. Hoje é possível encontrar publicadas reportagens fotográficas de sua autoria, cobrindo eventos e acontecimentos como a ressaca de 1906; o ”suicídio do quiosque 124‘; a chegada de Elihu Root; o desabamento do prédio do Clube de Engenharia; e a revolta da Chibata em 1910. Em termos técnicos, até praticamente os 90 anos fotografou sobretudo com chapas de vidro, optando, no entanto, pelas de tamanho mais reduzido, como as de 13 cm por 18 cm.


Jean-Victor Frond e o Brasil Pitoresco









Jean-Victor Frond (Montfaucon, França 1821 - Varredes, França 1881). Fotógrafo frances, teve estúdio no Rio de Janeiro (RJ) entre 1858 e 1862. Foi o primeiro fotógrafo ali instalado a conceber um projeto destinado a documentar a terra brasileira até a mais remota província. Não conseguiu realizar completamente seu intento, mas tornou-se no entanto, em 1859, o autor do primeiro livro de fotografia realizado na América Latina, Brésil Pittoresque [Brazil pittoresco], com texto de Charles Ribeyrolles. Nesta obra, apresentou pela primeira vez um registro fotográfico do trabalho escravo e da vida rural no país; e definiu os paradigmas da fotografia de paisagem no Rio de Janeiro, popularizando temas como o Pão de Açúcar, os Arcos da Carioca e o outeiro da Glória.


Fonte: Enciclopédia Itaú de Artes Visuais

José Oiticica Filho e a moderna fotografia brasileira








José Oiticica Filho (Rio de Janeiro RJ 1906 - idem 1964). Fotógrafo, pintor, entomologista e professor. Filho do pensador anarquista e filólogo José Oiticica (1882 - 1957) e pai dos artistas visuais Hélio Oiticica (1937 - 1980) e César Oiticica (1939), é uma das principais figuras da moderna fotografia brasileira. Forma-se na Escola Nacional de Engenharia em 1930, no Rio de Janeiro. Leciona matemática nos colégios Jacobina, Pedro II, na Faculdade Nacional de Medicina e no Colégio Universitário, entre 1928 e 1962. É entomólogo especializado no Museu Nacional da Universidade do Brasil de 1943 a 1964. Um dos mais influentes membros do movimento fotoclubístico no país, integra o Foto Clube Brasileiro e a Associação Brasileira de Arte Fotográfica, no Rio de Janeiro, e o Foto Cine Clube Bandeirante, em São Paulo. Participa de exposições em diversos países, recebe premiações e é incluído numa lista dos melhores fotógrafos do mundo, constituída pela Fédération Internationale d'Art Photographique. Em sua trajetória como fotógrafo desenvolve trabalhos utilitários, que são as microfotografias realizadas para documentar seu trabalho de pesquisador; passa pelos fotoclubes, que congregavam fotógrafos em torno de discussão acerca da técnica e da estética da fotografia; realiza fotografias abstratas e adere ao construtivismo, aprofundando a crítica ao figurativo e experimentando novas possibilidades no processo em laboratório, onde recria a imagem fixada pela câmera.Nos anos 60 passa a pintar, em um primeiro momento como uma interferência na fotografia, passando depois a construir obras de arte onde o espaço e a cor são tratados de forma vanguardista e arrojada.

(Fonte Enciclopédia Itaú Cultural de Artes Visuais) 

Nicolas Alagemovits, arte na foto

Escola Antônio Prado, pérgula
Nas primeiras décadas do século XX já existiam no Brasil fotoclubes interessados em promover a fotografia como arte. Neles que se reuniam os praticantes da fotografia, amadores ou não, pse inscreviam em concursos, participavam de exposições, assistiam conferências e participavam de debates sobre o caráter artístico da foto. Entre esses estava Nicolas Alagemovits, imigrante romeno, chegou ao Brasil em 1923 e que residente no Rio de Janeiro, conquistou prestígio no meio artístico-cultural, no final da década de 20, por sua atividade como retratista. Fotografou a elite carioca, artistas - brasileiros e estrangeiros - de passagem pelo país, personalidades que figuravam nas colunas sociais e membros da Academia Brasileira de Letras. Os retratos por ele realizados foram publicados em várias revistas cariocas, como Cinearte Álbum, Kosmos, Para todos..., Illustração Brasileira e Revista da Semana e em cartões-postais.

Guilherme Gaensly, o retratista de São Paulo de 1900

Porto de Santos
Santa Cruz do Rio Pardo
Teatro Municipal de Sao Paulo
Estação da Luz, 1900



Guilherme Gaensly, (1843 - 1928) fotógrafo suíço-brasileiro foi um dos mais ativos autores de cartões-postais de São Paulo entre 1895 e 1925. Existem poucos registros de sua vida pessoal, mas sabe-se que começou a fotografar em Salvador, em 1871, com a Abre a Photographia Premiada, em sociedade com Waldemar Lange e J. Scheier. Entre 1882 a 1884 produziu o Álbum da Estrada de Ferro Central de Alagoas, Maceió e Vila Imperatriz. Em 1895 mudou-se para São Paulo, onde teve fotos publicadas no livro São Paulo 1895, de Gustavo König Wald. Nas duas décadas seguintes tornou-se o mais destacado paisagista do estado de São Paulo, onde acompanhou o vertiginoso processo que transformou a São Paulo do final do século XIX na grande metrópole das primeiras décadas do século XX. No período de 1900 a 1910 sua firma, Photographia Gaensly, na Rua Boa Vista, editou várias séries de cartões postais sobre a cidade de São Paulo, as melhores de seu tempo. A residência Von Büllow, dada sua posição e altura, serviu de plataforma para fotos panorâmicas da Paulista, integrantes de uma série surgida nos primeiros anos do século XX, com cem vistas de São Paulo. Também fotografou a cultura cafeeira de Araraquara, Ribeirão Preto, Campinas, São Manoel, Santa Cruz das Palmeiras, do café do interior do estado e do Porto de Santos. Trabalhou intensamente até 1921, período em que produziu milhares de imagens que se tornaram ícones de representação da cidade de São Paulo do início daquele século. Gaensly colaborou durante 25 anos com a São Paulo Tramway Light and Power Company (atual Eletropaulo), o que lhe deu a chance de aprimorar seu talento para a paisagem.

Tenentismo



Revolta paulista de 1924, parte do Movimento Tenentista
Tenentismo foi o nome dado ao movimento político-militar e à série de rebeliões de jovens oficiais de baixa e média patente do Exército Brasileiro no início da década de 1920, descontentes com a situação política do Brasil. Não declaravam nenhuma ideologia, propunham reformas na estrutura de poder do país, entre as quais se destacam o fim do voto de cabresto, instituição do voto secreto e a reforma na educação pública.

Os movimentos tenentistas foram: a Revolta dos 18 do Forte de Copacabana em 1922, a Revolução de 1924 e a Comuna de Manaus de 1924 e a Coluna Prestes. O tenentismo preparou o caminho para a Revolução de 1930, que alterou definitivamente as estruturas de poder no país.
A Revolta Paulista de 1924, também chamada de ‘Revolução Esquecida’, “Revolução do Isidoro“, “Revolução de 1924” e de “Segundo 5 de julho“, foi a segunda revolta tenentista. Foi o maior conflito bélico já ocorrido na Cidade de São Paulo.Sob a chefia do general reformado Isidoro Lopes, contava com a opinião pública paulista, mas não conseguiu oferecer resistência às forças do governo. A revolução paulista repercutiu, entretanto, sob a forma de motins no Rio Grande do Sul, Pernambuco, Pará, Amazonas e Sergipe. Ela é considerada o Segundo Levante Tenentista e foi um dos embriões da Coluna Prestes.
As fotos aqui publicadas são de autoria desconhecida.

Semana da Arte Moderna

Mario de Andrade em visita à casa de Guilherme de Almeida
Mario de Andrade em visita à casa de Zita Aita

Menotti del Picchia
Heitor Villa Lobos, que participou da Semana como celebridade
Antes da Semana de Arte Moderna de 1922, a cultura brasileira era modorrenta e retórica, mas trazia germes de insatisfação que se irradiaram pela sociedade, da economia à política. O Brasil moderno nasceu em 1922. A Semana de Arte Moderna foi o arremate de um processo, o chamado "pré-modernismo", e o começo de outro, o modernismo, com suas conseqüências, palpáveis até hoje. Desde os anos 10, os sinais da eclosão do novo estavam no ar. Entre outros fatos, houve a primeira viagem de Oswald de Andrade à Europa, em 1912, e a constatação de que lá, ao menos na área estética, ficava o Novo Mundo. Com Oswald, veio o Manifesto Futurista, de Marinetti, lançado em 1909. Ao mesmo tempo, Oswald de Andrade alerta para a valorização das raízes nacionais, que devem ser o ponto de partida para os artistas brasileiros. Cria movimentos, como o Pau-Brasil, escreve para os jornais expondo suas idéias renovadoras. Em 1913, Lasar Segall fez, em São Paulo e em Campinas, a primeira mostra de arte moderna no Brasil. A repercussão foi nula. Anita estreou no ano seguinte, expondo quadros no estilo do expressionismo de Berlim, onde estudara. Segall também foi um tributário dessa escola. Em 1915, em O Pirralho, Oswald prega a necessidade de uma pintura brasileira. Em 1917, o ano da Revolução Russa, Anita lançou, sem querer, a questão da arte moderna no Brasil. A mostra da pintora desencadeou o processo. A exposição apresentava 53 trabalhos, muitos deles – como O Farol, O Japonês e O Homem Amarelo – executados nos Estados Unidos, onde Anita também estudara. São Paulo acolheu bem a mostra, comprou quadros, parecia entendê-los. Até que Monteiro Lobato, um dos freqüentadores da garçonnière que Oswald de Andrade mantinha na Rua Líbero Badaró, 67, publicou o artigo "A Propósito da Exposição Malfatti" (mais tarde, "Paranóia ou Mistificação?"). Apesar de provar, no ano seguinte, com os contos de Urupês, que era uma autêntica voz moderna, antecipando o movimento antropofágico, Lobato alimentava outros ideais estéticos e achava a arte moderna uma coisa de louco. “A única diferença reside em que nos manicômios esta arte é sincera, produto lógico de cérebros transtornados pelas mais estranhas psicoses; e fora deles, nas exposições públicas, zabumbadas pela imprensa (...), não há sinceridade nenhuma, nem nenhuma lógica, sendo mistificação pura”. Mais disse: “quando as sensações do mundo externo transformaram-se em impressões cerebrais, nós ‘sentimos’; para que sintamos de maneira diversa, cúbica ou futurista, é forçoso ou que a harmonia do universo sofra completa alteração, ou que o nosso cérebro esteja em ‘pane’ por virtude de alguma grave lesão. Enquanto a percepção sensorial se fizer normalmente no homem, através da porta comum dos cinco sentidos, um artista diante de um gato não poderá ‘sentir’ senão um gato, e é falsa a ‘interpretação que do bichano fizer um totó, um escaravelho ou um amontoado de cubos transparentes”.

Em posição totalmente contrária à de Monteiro Lobato estaria, anos mais tarde, Mário de Andrade. Suas idéias estéticas estão expostas basicamente no “Prefácio Interessantíssimo” de sua obra Paulicéia Desvairada, publicada em 1922. Aí, Mário de Andrade afirma que:
“Belo da arte: arbitrário convencional, transitório - questão de moda. Belo da natureza: imutável, objetivo, natural - tem a eternidade que a natureza tiver. Arte não consegue reproduzir natureza, nem este é seu fim. Todos os grandes artistas, ora conscientes (Rafael das Madonas, Rodin de Balzac.Beethoven da Pastoral, Machado de Assis do Braz Cubas) ora inconscientes ( a grande maioria) foram deformadores da natureza. Donde infiro que o belo artístico será tanto mais artístico, tanto mais subjetivo quanto mais se afastar do belo natural. Outros infiram o que quiserem. Pouco me importa”. (Mário de Andrade, Poesias Completas).
Os ricos de São Paulo ouviram Lobato. Retiraram o apoio à mostra, devolveram quadros comprados, impediram que seus filhos estudassem com a pintora. A fotografia também o ouviu e continuou acadêmica, só assumindo influencias modernas a partir da década de 40. 

Coluna Prestes

Membros da Coluna Prestes e simpatizantes

Coluna no sertão da Bahia

Coluna no Piauí

Prestes em Guaíba, Bolívia
A Coluna Prestes, movimento político-militar brasileiro existente entre 1925 e 1927 ,  originário do Rio Grande do Sul e São Paulo, marchou por 674 dias percorrendo mais de 24,5 mil Km. Ligada ao tenentismo, tinha um programa bastante eclético, no qual se destacavam a insatisfação com a República Velha, exigência do voto secreto, defesa do ensino público e obrigatoriedade do ensino primário para toda população. O movimento contou com lideranças das mais diversas correntes políticas, mas em sua maior parte era composto por capitães e tenentes da classe média, de onde originou-se a expressão "soldado cidadão". Tinha no comando principal Miguel Costa e Luís Carlos Prestes (chefe de estado-maior) e enfrentou as tropas regulares do Exército ao lado de forças policiais de vários Estados, além de tropas de jagunços, estimulados por promessas oficiais de anistia.Combateu o presidente Artur Bernardes e, posteriormente, de Washington Luís.Em sua marcha, os integrantes da Coluna Prestes denunciavam a miséria da população e a exploração das camadas mais pobres pelos líderes políticos. Apesar do fracasso da marcha, a Coluna ajudou a abalar ainda mais o prestígio da República Velha e a preparar a Revolução de 1930. Projetou  também a figura de Luís Carlos Prestes, que posteriormente entrou no Partido Comunista Brasileiro (PCB). Prestes foi chamado por esta marcha de cavaleiro da esperança. As fotos da Coluna eram feitas por seus próprios integrantes e quase não existem imagens com autoria identificada.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Marechal Rondon




As fotos aqui reproduzidas são de autoria desconhecida. Retratam parte da epopéia do Marechal Rondon que, durante mais de 40 anos percorreu mais de 77 mil km (quase duas vezes a volta em torno da Terra) de estradas pelo interior do Brasil. Fazem parte do acervo do Museu do Índio, da Funai, localizado no Rio de Janeiro, composto por 68.217 documentos de diferentes povos indígenas, alguns já desaparecidos. No museu estao 1.439 imagens em chapas de vidro e 292 imagens em acetato resultantes dos trabalhos da Comissão Rondon, que instalou as linhas telegráficas no interior do Brasil. Essas expedições, chefiadas pelo Marechal Rondon, cruzaram o país entre 1890 e 1930. 

Documentos da floresta

Essa imagem, feita entre 1816 e 1910 no Pará, está no Museu de Etnografia de Genebra, na Suíça.
George Huebner (Dresden;1862 - Manaus;1935) foi um fotógrafo alemão que morou em Manaus no final do século XIX. Documentou especialmente a botânica local mas também dirigiu seu olhar para os indígenas da Amazônia; fotografando-os tanto no campo como em seu estúdio; Photographia Alemã. 

Memórias de expedições científicas



A Casa de Oswaldo Cruz, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) abriga o mais importante acervo documental das expedições científicas realizadas no Brasil durante o século XX. Ali estão, entre outras, imagens obtidas por João Stamato (fotógrafo e cinegrafista paulista, que realizou o primeiro documentário cinematográfico em cores feito no Brasil nos anos 40) e José Teixeira. Ambos são responsáveis pelas séries fotográficas produzidas durante cinco expedições científicas ao interior brasileiro, empreendidas por médicos e pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz, na segunda década do século XX. As imagens aqui publicadas foram selecionadas pelos pesquisadores Arthur Neiva e Belisário Penna para a publicação do relatório da viagem que eles planejaram e executaram durante quase quatro anos.Foram utilizadas em 1917, para ilustrar uma série de artigos publicados no jornal O Estado de São Paulo, mais tarde reunidos em livro sob título Saneamento do Brasil (Penna, 1918). Os relatórios da expedição de Belisário Penna e Arthur Neiva e suas imagens tornaram-se ao mesmo tempo peça de propaganda e evidência científica de uma realidade até então desconhecida pelo poder.

Imagens do Cangaço

Em pé, Maria Bonita e Lampiao, 1936

Sem chapéu, Abrahao e o bando de Lampião 

Dadá e Corisco

O libanês Benjamin Abrahão Botto foi responsável pelo registro iconográfico do cangaço e de seu líder, Virgulino Ferreira da Silva – o Lampião. Migrou para o Brasil em 1915. Mascate de tecidos e miudezas, foi secretário do Padre Cícero, e conheceu o cangaceiro Lampião em 1926, quando este foi até Juazeiro do Norte  receber a bênção do vigário. Em 1929 Abrahão fotografou o líder cangaceiro ao lado do padre. Depois da morte de Padre Cícero, Abrahão teve permissão para acompanhar o bando na caatinga e realizar as imagens que o imortalizaram. Para tanto teve a parceria do cearense Ademar Bezerra de Albuquerque, dono da ABAFILM que, além de emprestar os equipamentos, ensinou o fotógrafo seu uso.
Abrahão teve seus trabalhos apreendidos pela ditadura de Getúlio Vargas, que nele viu um opositor ao regime. Morreu esfaqueado (quarenta e duas facadas), crime nunca esclarecido. Especula-se que pode ter sido um crime político, a mando de Vargas..
Transcrevo, aqui, texto do próprio Lampião, atestando a autenticidade das fotos de Abrahão Botto (com grafia original).
Illmo Sr. Bejamim Abrahão
Saudações
Venho lhi afirmar que foi a primeira peçoa que conceguiu filmar eu com todos os meus peçoal cangaceiros, filmando assim todos us muvimento da noça vida nas catingas dus sertões nordestinos.
Outra peçoa não conciguiu nem conciguirá nem mesmo eu consintirei mais.
Sem mais do amigo
Capm Virgulino Ferreira da Silva
Vulgo Capm Lampião

Canudos: imagens da guerra

Mulheres e crianças prisioneiros em Canudos 

Casas de Monte Santo


Cena posada simulando prisão de jagunço 
Corpo exumado de Antonio Conselheiro
As imagens de Flávio de Barros constituem o único testemunho fotográfico da Guerra de Canudos. São 70 fotografias  reveladas em papel albuminado, a partir de negativos de vidro, que documentam, em sua maioria, momentos marcantes desse importante evento da história brasileira.Existem poucas fotos do episódio porque o fotografo oficial contratado pelo Exército, Juan Gutierrez, morreu durante a batalha (a morte de Gutierrez foi registrada assim por Euclides da Cunha em Os sertões: “Oficial honorário, um artista que fora até lá atraído pela estética sombria das batalhas”). As fotos reproduzidas acima foram feitas em 1897, na fase final de Canudos, quando Antonio Conselheiro já havia morrido.

Hercules Florence

domingo, 29 de agosto de 2010

Poesia no concreto

Ele está mudando o conceito de arte de rua. Alexandre Orion já expôs em algumas das melhores galerias de São Paulo e em Nova Iorque. Artista plástico e fotógrafo, ele faz mesmo poesia no concreto.

Retrato de um país que dá medo


Essa foto foi Premio Esso de Fotografia, em 2006. É de Marcelo Carnaval. Retrata a dor de uma mãe que ampara o filho, engenheiro, assassinado durante um assalto no centro do Rio de Janeiro.

Todos negros

Luiz Morier
Uma boa foto precisa de palavras? Eu sempre achei que não.  Essa imagem,  intitulada "Todos negros" correu o mundo e rendeu para o fotógrafo Luiz Morier o Prêmio Esso de fotografia de 1983. Foi publicada pelo Jornal do Brasil. Desde então, pouca coisa mudou neste País, onde, para muitos,  cachorro ainda é mais importante que gente.