Em 1903, no início da gestão de Francisco Pereira Passos, Augusto César Malta de Campos fotografou algumas das primeiras obras do novo prefeito. Entusiasmado com o resultado obtido pelas fotografias, Pereira Passos ofereceu a Malta o cargo de fotógrafo documentarista da Prefeitura. Ao longo dos quase 50 anos em que atuou como fotógrafo (na prefeitura entre 1903 e 1936), Augusto Malta produziu mais de 30 mil registros, entre negativos de vidro e chapas fotográficas, a maior parte perdida ou estragada pela ação do tempo ou pela pouca valorização dada a eles pelas sucessivas administrações municipais.
A pequena parcela que sobreviveu ao tempo encontra-se espalhada em diversas instituições de memória da cidade do Rio de Janeiro, como o Arquivo Geral da Cidade, o Museu da Imagem e do Som, Museu da República, e Casa de Rui Barbosa. São registros documentais que possibilitam a (re)construção da evolução do espaço urbano do Rio de Janeiro, assim como contribuem significativamente para a (re)construção de sua história œ política, social, cultural, arquitetônica e artística daquela que durante toda sua existência profissional foi a capital do país.
Malta foi o responsável direto pelo surgimento no Brasil da reportagem ilustrada, tendo cedido a jornais e revistas da época - como Kosmos, Illustração Brasileira, Revista da Semana e Fon-Fon - fotografias de acontecimentos importantes. Hoje é possível encontrar publicadas reportagens fotográficas de sua autoria, cobrindo eventos e acontecimentos como a ressaca de 1906; o ”suicídio do quiosque 124‘; a chegada de Elihu Root; o desabamento do prédio do Clube de Engenharia; e a revolta da Chibata em 1910. Em termos técnicos, até praticamente os 90 anos fotografou sobretudo com chapas de vidro, optando, no entanto, pelas de tamanho mais reduzido, como as de 13 cm por 18 cm .
(Fonte Portal Augusto Malta http://portalaugustomalta.rio.rj.gov.br/blog-post/augusto-malta-dono-da-memoria-fotografica-do-rio )