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Hilda Hilst |
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Orson Welles |
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Lina Bo Bardi |
Chico Albuquerque (1917-2000) é quase uma lenda da fotografia brasileira. Seu grande mestre foi o cineasta Orson Welles, para quem, em 1942, fez still do filme “It’s All True”. Em 1945, mudou-se do Ceará para São Paulo. Então o mercado fotográfico era restrito e ainda voltado, sobretudo, para reportagens de família. Por meio de enquadramentos fechados e pela ênfase na expressão dos olhares, os seus retratos sugerem o estado psicológico dos modelos ou mostram flagrantes de emoções. O aspecto teatral dos registros é realçado pelo tipo de iluminação geralmente lateral, com sombras marcadas e contraluzes. Atuando a princípio como retratista, se destaca ao fotografar personalidades como Juscelino Kubitschek (1902 - 1976), Cacilda Becker (1921 - 1969), Victor Brecheret (1894 - 1955) e Burle Marx (1909 - 1994), entre outros.
Foi em 1948 que Chico Albuquerque fez a primeira fotografia publicitária no Brasil, ao registrar modelo e produto para uma campanha da Johnson & Johnson, da agência J.W. Thompson. Em 1952, dez anos após a experiência com Welles, Albuquerque voltou à praia de Mucuripe - onde haviam sido rodadas partes do filme - e realizou um de seus principais ensaios. Além da afinidade temática com a produção inacabada de Orson Welles, o conjunto revela seu contato com o tipo de visualidade moderna que, na época, era divulgada, principalmente, pelo Foto Cine Clube Bandeirantes - FCCB e pela revista O Cruzeiro. O ensaio enfoca a força física dos jangadeiros que parecem em harmonia com a natureza e com seu ofício. As imagens denotam movimento, pois os homens são mostrados quase sempre em suas atividades diárias. Nas paisagens, linhas diagonais de velas e coqueiros conferem dinamismo às composições.
Sua produção em propaganda ainda é pouco conhecida, pois apenas uma pequena parte dos cerca de 60.000 diapositivos de seu acervo veio a público. Entre os já expostos, estão imagens de marcas como Lux, Singer e Johnson & Johnson vinculando os produtos a cenas de ação e ambientes familiares. Nunca deixou a fotografia. Seu último trabalho foi aos 83 anos, em 2000.
Um comentário:
Grata por tantas informações, imagens e emoções. A foto da Lina Bonbardi é soberba!
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