segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Otto Stupakoff, pioneiro na fotografia de moda



























Otto Stupakoff  (São Paulo, 1935 - São Paulo, 2009) foi o primeiro fotógrafo de  moda  brasileiro. Otto Stupakoff estudou no  Art Center College of Design de  Los Angeles (1953-1955), época em que trabalhou como correspondente fotográfico da Revista Manchete. De volta ao Brasil, em 1957 estabeleceu seu estúdio em São Paulo, atuando no campo da fotografia de moda e da publicidade. Fotografou a construção de Brasília a pedido do arquiteto Oscar Niemeyer. Foi o percursor da fotografia de moda no Brasil, em 1958, ao fotografar a atriz Duda Cavalcanti, "a pioneira garota de Ipanema", com uma roupa do estilista Dener Pamplona. "Jamais havia visto uma foto de moda publicada no Brasil, antes de eu fazer a primeira. É incrível, porque já éramos uns 100 milhões de habitantes. Pedi ao Dener um vestido emprestado. Coloquei na mala, peguei um ônibus para o Rio de Janeiro, combinei com minha namorada, Duda Cavalcanti, e fomos para a casa do Heitor dos Prazeres, amigo pintor e sambista, que morava numa casa  art noveau, Nesse terraço, coloquei a Duda com o vestido do Dener, que ele havia feito, em 1955. Era um vestido branco e azul-marinho. Nesse dia, no terraço da casa de Heitor, a Duda vestindo Dener, foi feita a primeira foto de moda no Brasil. Essa foto, que fiz para mim, nunca foi publicada." Em 1965, aos 30 anos e no auge de seu sucesso no Brasil, mudou-se para Nova York e colaborou com diversas publicações.  Além dos editoriais de moda, destacou-se pelos retratos de celebridades, mas também de pessoas anônimas. Seu trabalho foi marcado pela influência de  Richard Avedon , seu mestre declarado, de Helmut Newton e da pintura de Balthus. Stupakoff foi também responsável por centenas de ensaios para grandes revistas. Instalou-se em Paris, entre 1973 e 1976. Voltou ao Brasil em 1976, onde permaneceu até 1980. Em 1981, estabeleceu -se em Nova Iorque, tornando-se cidadão americano em 1984. Recebeu o prêmio especial do júri do Art Directos Club (Paris, 1981) e o DuPont Award (Paris, 1986). Foi um dos primeiros brasileiros a integrar o acervo do Museu de Arte Moderna (Nova Iorque). Também realizou trabalhos importantes de fotojornalismo. Chegou a ser preso, interrogado e quase morto por soldados do Khmer Rouge, em1994, ao fotografar as ruínas de  Angkor Wat  e os killing fields, nas selvas de Battambang. Suas fotos do Camboja foram exibidas na Academia de Ciências de Nova York e leiloadas para arrecadar fundos para as vítimas de minas terrestres. Foi ao Ártico quatro vezes, e aprendeu com os inuítes a caçar focas com arpão e a construir um iglu. Otto também foi professor de fotografia na  Parsons The New School for Design, em Nova York .Vivia em São Paulo desde 2005, ano em que, comemorando seus 50 anos de carreira, realizou-se uma exposição retrospectiva de sua obra, no prédio da  Bienal, durante a São Paulo Fashion Week. A mostra, denominada Moda sem fronteiras, foi organizada pelos fotógrafos  Bob Wolfenson e  Fernando Laszlo. Um ano depois, foi lançado o livro Otto Stupakoff, pela  Cosac & Naify. Em  2008, sua obra fotográfica - um acervo de aproximadamente 16 mil fotos - foi incorporada pelo Instituto Moreira Salles. 

Um comentário:

Paulo Tarcisio Cavalcanti disse...

Fotos de grandes craques. Verdadeiros campeões da arte. Só faltaram suas. Parabéns.