August Sander
http://en.wikipedia.org/wiki/August_Sander
Em 1910, August Sander deu início a uma tentativa sistemática de retratar e tipologizar seus conterrâneos. O projeto, realizado inteiramente por sua própria iniciativa e despesa, encontrou apoio apenas entre seus amigos da zona da Renânia, Alemanha. Seu livro “Zeit der Antlitz” foi banido e parcialmente destruído pelos nazistas em 1936.
A foto onde três homens jovens vestem ternos escuros é uma das mais famosas de Sander e já mereceu a análise dos mais importantes críticos e teóricos da fotografia. Para John Berger, em termos de história cultural, a roupa é uma "invenção" da era burguesa. A substituição do vestido da corte por um traje especial, desenvolvido especialmente na Inglaterra, é acima de tudo um reflexo das profundas transformações sociais do início do século XX. Com o "terno", a nova elite burguesa tinha criado um uniforme adequado para si mesmo: simples, prático e igualitário.
"As fotos arquetípicas de Sander supõe uma neutralidade pseudocientífica (...) Não se tratava, tanto, do fato de Sander haver escolhido indivíduos de acordo com o caráter representativo deles, mas de ter suposto, corretamente, que a câmera não pode deixar de revelar os rostos como máscaras sociais.(...)
O Olhar de Sander não é brutal; é permissivo, não julga. As pessoas encaram a câmera de Sander (...) mas seu olhar não é íntimo, revelador. Sander não buscava segredos; observava o típico. (...) Sander tencionava lançar luz sobre a ordem social, atomizando-a em um número indefinido de tipos sociais". (Sontag, p.74).
Sontag, Susan. Sobre fotografia. São Paulo: Companhia das Letras. 2004.
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