Apesar de a relação entre arte e fotografia apresentar diversas facetas, conformou-se de modo mais sistemático a partir das primeiras manifestações do pictorialismo, em 1890, em Viena, Londres e Paris. No Brasil, o movimento começou pelo desenvolvimento do fotoclubismo. A partir de 1903 surgiram os primeiros grupos e associações, dispersos, movidos pela disposição em promover a fotografia como arte. Em 1910, foi fundado o Photo Club do Rio de Janeiro. O marco inicial do fotoclubismo brasileiro surgiu devido ao anseio de criar um espaço privilegiado para o aprendizado, desenvolvimento e normatização da incipiente técnica fotográfica. Congregava, sob a forma de associação, os praticantes da fotografia, promovendo reflexões, concursos, exposições e publicações. Os objetivos que motivaram a criação dos fotoclubes foram mantidos; contudo, as discussões a respeito do caráter artístico da fotografia, que marcaram seus primórdios e que se aprofundaram com o pictorialismo, passaram a ser identificadas como premissas do fotoclubismo. Portanto, a estética apregoada pelo movimento pictorialista disseminou-se fundamentalmente por meio dos fotoclubes. Com a fundação dos fotoclubes, surgiram publicações dedicadas à fotografia, tais como a Revista Photographica, em 1909, e a Photo Revista do Brasil, em 1925. O Photo Club Brasileiro, fundado em 1923, por um grupo de fotógrafos amadores, entre eles Alberto Fridmann e F. Guerra-Duval, representou a consolidação do fotoclubismo no país, devido à sua abrangência espacial e temática. Tornou-se referência para a prática fotográfica em todo o Brasil.12 Reunindo associados do Photo Club do Rio de Janeiro, o Photo Club Brasileiro desempenhou papel fundamental na produção de fotografias pictoriais e na reflexão sobre a fotografia como arte. Com o intuito de difundir e legitimar a arte fotográfica, o Photo Club Brasileiro promovia, a partir do ano de sua fundação, Salões Anuais de Fotografia. Prestigiados e concorridos, os Salões cumpriram seu papel, perdurando até
http://www.usp.br/niephe/publicacoes/docs/cap2_Abdalal.pdf
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